sábado, 28 de maio de 2016

DUAS PLACAS E DEZESSEIS PARAFUSOS

No segundo dia após a cirurgia e o efeito da anestesia a dor se manifestou de forma intensa, não sei explicar o tamanho da dor que eu sentia naquele momento.
Nesse dia minha mãe estava comigo e graças a Deus eu estava só na enfermaria sem outros pacientes, pois a dor era tão grande que eu gritava, gritava tanto que minha mãe já não sabia o que fazer. Pedi para que naquele momento ela chamasse alguém, enfermeiro, técnico seja lá quem fosse pra tentar me medicar e amenizar a situação das dores.
A enfermeira de plantão medicou o tramal e dipirona de acordo com as devidas prescrições médicas, mas nem isso adiantou.
As dores continuavam e percebi que começava um inchaço nos pés diferentes, mandei chamar novamente a enfermeira que achou também estranha a situação. 
Meu médico não apareceu pela manhã e já não aguentava esperar para saber sobre o processo da cirurgia além das benditas dores que não paravam, me lembro que nesse dia eu nem consegui me alimentar. A enfermeira então por sua vez realizou um procedimento necessário para quele momento. Como o meu pé estava engessado ela começou a retirar a tala. E como eu havia suposto minha perna estava começando a ficar inchada aparecendo algumas placas de sangue fora do normal. Graças a tecnologia em alta, fotos foram retiradas e enviadas para meu médico que em questão de minutos se fez presente. 
Quando o vi dei graças a Deus finalmente seria esclarecida sobre a cirurgia. Ele solicitou para que a tala fosse retirada por total deixando apenas a cirurgia com o curativo. Naquele momento foi informado que durante o processo cirúrgico havia sido colocado duas placas e 16 parafusos (estava explicado o tamanho da dor). Fiquei pensativa por horas, após a retirada da placa parecia que o processo de circulação sanguínea começava a funcionar, as dores não amenizaram mas manchas de sangue já estavam bem mais fracas. 
Dúvidas sobre a minha vida normal como pisar e andar também foram esclarecidas. 
De acordo com as orientações médicas ficaria 4 meses sem pisar e de acordo com a calcificação óssea eu seria liberada para esse processo. Andar seria o meu novo desafio ainda não tinha previsão. 
Meus pensamentos estavam a mil por horas, mas apesar de todas as minhas dores e angústias eu apenas orava, agradecia e pedia a Deus que me desse sabedoria para lhe dar com toda a situação que viria pela frente. A dependência, as dores, a disciplina, os cuidados enfim seriam cruciais para a minha melhoria e a paciência seria a minha melhor amiga daqui por diante.
Ainda permaneci no hospital por cerca de 4 dias após a cirurgia. No dia 18 recebi alta pela noite mas só pude sair no dia seguinte de sábado. Finalmente dia 19 meu esposo estava lá pra me buscar, estava saindo do hospital, recebi todas as orientações de tratamento em casa, meu pé estava bastante inchado e claro, as dores continuaram. Mas naquele momento graças a Deus já era hora de ir pra casa ver minha filha e estar perto da minha família, afinal de contas nada melhor do que estar perto de quem amamos :D

 Foto retirada no segundo dia após a cirurgia - tíbia



 Raio x da fratura
 

segunda-feira, 23 de maio de 2016

O DIA DA CIRURGIA

No dia 15 de Março aconteceu a minha tão esperada cirurgia, estava marcada para as 15h, o dia para mim tinha sido tenso pois estava nervosa demais, e quem não fica? Cirurgia é cirurgia, sempre há um risco mas era preciso ter Fé naquele momento de que tudo daria certo. Minha mãe nesse dia ficou comigo somente pela manhã, a tarde até a hora da cirurgia uma amiga do trabalho se prontificou em ficar para me dar aquele apoio de que todos nós precisamos nesse momento tão delicado, fizemos uma pequena oração antes disso e as 15h já estava sendo preparada para o processo cirúrgico. Nesse momento a caminho da sala de cirurgia a imagem da minha filha não saia da minha cabeça. Durante esses dias nos falavamos sempre por telefone, mandava vídeo, fotos, sempre tentando ficar com uma boa fisionomia para que ela sentisse que eu estava bem. Mas justo nesse dia não nos falamos e orava a Deus para que tudo corresse conforme a vontade dEle. 
As 15h20 fui para a sala de observação, meu médico já estava a caminho. As 16h iniciou o processo da cirurgia, agora era eu, medicos, enfermeiros e todos aqueles instrumentos cirúrgicos que parecia um filme de terror. Foi aplicada a tão temida anestesia raquidiana ou a chamada a ráqui. Como já não era novidade para mim pois como todos sabem a mulher que tem parto por cesariana ( o que foi o meu caso) é aplicado o mesmo medicamento. O que me preocupava era saber se ficaria acordada durante todo o processo sem sentir somente as minhas pernas ou se me sedariam por total. E foi realizada as duas opções. Só me lembro de ter entrado na sala de cirurgia, ver todos aqueles instrumentos cirúrgicos, meu médico entrando na sala totalmente preparado para o processo e o anestesista conversando comigo depois, apaguei.
Quando acordei na sala de observação já se passavam das 20h30 soube apenas porque quando acordei foi a primeira coisa que perguntei da enfermeira quando percebeu que eu estava acordando, olhei de imediato para a minha perna e confesso que senti um alívio por eu não estar com o fixador, em algumas situações há necessidade de o paciente ser submetido a esse tipo de material que acredito ser muito desconfortante em alguns casos. Ainda sob o efeito da anestesia não sentia dor nenhuma, estava apenas sonolenta. As 21h fui levada para o leito, meu esposo já me esperava, nossa que alívio ele estar lá, me senti bem, me senti tranquila, estava feliz por ver ele.  É engraçado esse processo de anestesia porque depois que você " apaga" você não sabe se morreu ou se continua vivo. No meu caso graças a Deus, tudo certo (:D)
Naquela noite meu esposo ficou comigo no hospital, dormi pouco apesar de estar sonolenta queria saber como tinha sido a cirurgia, o que tinham colocado, haste, pino, placa, parafuso? Sim porque todos eles são utilizados em situações diferentes. Mas naquele dia não obtive nenhuma informação, como já estava noite e um pouco tarde o jeito era ter paciência para esperar o outro dia e saber sobre todo o procedimento. A noite para mim se tornou longa, mas era hora de descansar e esperar!

Foto ilustrativa: revistavivasaudeuol.com.br
                    

domingo, 22 de maio de 2016

A INTERNAÇÃO

Minha internação foi particular pois graças a Deus estava trabalhando e a empresa se disponibilizava de convênios médicos e hospitalares. No mesmo dia do acidente, após toda a avaliação médica e exames pré operatório fui internada. Como eu nunca havia realizado esse tipo de cirurgia achava que poderia acontecer no mesmo dia, grande engano porque não foi bem assim.  Fraturei a perna no sábado, isso significa que todo o procedimento para liberação cirúrgica seria um pouco demorada, meu marido ficou comigo naquele dia e a minha preocupação em como seria a nossa a vida e a nossa situação dali por diante continuava a me preocupar. Eu sempre fui uma pessoa bastante agitada, trabalhava como professora, cuidava da casa, do marido, da filha, ajudava ela com os deveres de casa, estudávamos juntas, sempre independente de muitas coisas, mas naquele momento em que me encontrava deitada na cama chorando de dor percebi o quanto somos frágeis, o quanto somos dependentes, o quanto estamos propícios aos imprevistos da vida.
Como no sábado e domingo não haveria possibilidade de liberação da cirurgia, o jeito era esperar até segunda - feira.  
Quando finalmente a segunda-feira chegou fui informada de que estariam levando a minha ficha para a autorização da cirurgia, não sei como funciona no órgão público mas no particular eles enviam a ficha do paciente para a liberação da cirurgia verificando se é compatível com o seu plano e todas aquelas regalias. Eu só pedia a Deus que não houvesse demora pois a dor era intensa. Durante os 3 primeiros dias de internação meu esposo ficou comigo durante a noite o que me preocupava, pois trabalhava no dia seguinte e sabia o quanto estava sendo cansativo. Nossa rotina havia sido alterada, mas eu precisava me lembrar de uma coisa. DEUS ESTAVA NO CONTROLE DE TUDO. Amigas do trabalho e do grupo de oração se revezaram até o dia da minha alta para estarem comigo e assim poder ajudar a minha mãe que já tem uma certa idade e não poderia mais ficar comigo no hospital e ao meu esposo que também estava trabalhando o dia inteiro e cuidando agora da nossa pequena.
Finalmente na terça-feira recebi a notícia de que a cirurgia havia sido liberada e que a realização da mesma seria na quarta-feira as 15h.
Naquele momento tinha certeza de que Deus estava organizando a minha vida e de minha família.



quinta-feira, 19 de maio de 2016

A FRATURA


Depois de alguns dias em total repouso resolvi escrever sobre essa nova trajetória que vem acontecendo em minha vida desde o dia 12 de Março de 2016. Esse dia era para ser um dia comum, eu iria para a autoescola, realizaria a aula de direção (sim eu estava super empolgada já com a situação de aprender a dirigir) e voltaria normalmente para casa. Mas não foi bem assim,  a parte da auto escola aconteceu, eu fui, mas a parte da realização da aula não.
 Era um sábado chuvoso e a minha aula estava marcada para as 8h, pelo menos era o que estava no meu papel.  Mas a espera pelo meu instrutor estava demorada então resolvi perguntar se ele se fazia presente e me disseram que sim mas que a minha hora estava marcada para as 9:30. Eu imediatamente peguei o meu papel do horário e vi que eu estava certa que o horário marcado era para as 8h porém naquele horário o instrutor que me daria aula já estava com outro aluno nesse mesmo horário. Bom foi aí que o pesadelo começou!

Eu de imediato pensei em ir resolver a situação do outro lado da rua pois a administração da escola não ficava no mesmo local das aulas de treinamento. O tempo continuava chuvoso mas resolvi ir assim  mesmo para tentar resolver e foi nessa hora que ao caminhar desci apenas um degrau de uma calçada e de repente  aconteceu o inesperado, escorreguei e senti a quebra dos ossos da minha perna e de meu pé. A dor passou a fazer parte do meu dia a dia a partir daí. Mas posso dizer que apesar de tudo isso Deus estava sempre comigo.

Fui socorrida de imediato pelos instrutores da autoescola, meu marido havia acabado de me deixar e já estava recebendo uma ligação para informar sobre o ocorrido, fui levada para o hospital indicado e chegando lá realizei o raio x , o meu medo veio como resposta quando perguntei ao rapaz sobre o resultado: “ Vai ter que fazer cirurgia” ?. E ele apenas olhou pra mim e disse: “ Isso somente o médico pode lhe informar”.

Pronto explodiu uma bomba dentro de mim e algo me dizia que sim, que eu precisaria de uma cirurgia. Meu marido coitado não sabia nem o que fazer, acabei com o sábado dele. De imediato ele ligou para a minha sogra que se deslocou até o outro hospital onde eu realmente seria atendida e obteria uma resposta mais concreta. 
Após uma longa espera no atendimento finalmente o veredito do médico: VAI TER QUE OPERAR! Na visualização da fratura nem eles haviam entendido como eu consegui tamanha proeza, os ossos estavam como um jogo de quebra cabeças. Agora era ter calma e esperar o resultado, mas na hora somente a angústia e o desespero tomava conta de mim. Realizei os exames pré cirúrgicos e já fiquei para internação. Eu só conseguia pensar na minha filha, no meu marido, na minha mãe, no meu trabalho e as responsabilidades como seriam daqui pra frente.